segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

PRAÇA DA MATRÍZ / IGUAPE

Pela praça passam todos
O turista e o morador...
Passa o diabo fantasiado
Passa Cristo em seu andor

Pela praça passa o pobre
Passa o rico e o pescador
Passa vento passa a chuva
Passa o santo e o pecador

Passa a saudade lembrando
Dos que aqui já passaram.
Passa fantasma esquecido
De amores que naufragaram

Passa o riso e a incerteza
Passa o padre e o pastor
Passa a feiúra e a beleza
Passa o mudo e o cantor...

Te amo Iguape querida...
Entre o choro e o sorrir
Jamais serás esquecida
Enquanto vida eu sentir.

Te amo minha cidade...
Com amor puro e valente
... Aqui a felicidade
Afaga a alma da gente!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ela Chegou

Ela chegou. Sabia que viria, mas estava trabalhando e sem tempo de reparar em nada. Aliás, nosso grande desafio, construir continuamente o amanhã. E se não existir amanhã? Simplesmente acordamos (!) e não estamos mais aqui. Sem casa, sem corpo, uma névoa flutuando no esquecimento ou então aquela famosa cena do filme: -“Venha para a luz, Caroline”.
São os desejos que dominam nossas vidas. Ter uma bicicleta, um tênis de marca, uma moto, um carrão...um iate. Enfim cada um com seus pequenos grandes sonhos. E, quando eles se realizam, nascem outros e muitos outros, até que um dia começamos a idealizar o paraíso, o céu, o nirvana. E como individualmente, cada um de nós se acha o máximo, tentamos garantir com pequenos truques nossa passagem grátis para o além.
Alguns com cestas básicas aos necessitados, outros com doses de pinga para alcoólatras não tão anônimos. Todos felizes por demonstrarem suas bondades, certos de que o “GRANDE PAI” Amon Rá, Zeus, Jeová, Arquiteto do Universo, Alá, Força Cósmica, marcará no livro do merecimento fatos tão notáveis. É claro tentamos apagar sorrateiramente aquele porre homérico, a briga no bar, o barraco na festinha de aniversário, a fofoca intencional e maldosa, enfim, essas pequenas e sutis escorregadas que tornam a vida tão versátil e risível.
Já percorri uma longa jornada e nada sinto, nem angústia, nem cansaço...nada...estou inteiraço. Feliz comigo e meio infeliz com alguns outros, aqueles que todos conhecem e que garantiram seus lugares no paraíso. Primeiro algumas rugas, deve ser de preocupação, pensei: depois o branco nos cabelos, talvez excesso de xampu: pequenos sinais com que o tempo nos brinda diariamente. E então, olhando aquela bela senhora com sua netinha, sim, a ditinha, que conheci criança, compreendi para meu espanto, ela chegou: - A velhice: